Sai da tua terra, da tua família e da casa do teu pai

Depois de rasgar o coração na celebração de cinzas e vencer as tentações com Jesus no deserto, hoje somos convidados a subir o monte da Transfiguração para assim degustar um pouco da Glória da Páscoa do Senhor.

A dinamicidade da liturgia quaresmal envolve o ser na sua totalidade e nos desperta a vivenciar a vocação na integralidade da missão no coração de um povo sacerdotal. Rezar com o coração e contemplar com os olhos do Cristo, caminhar com Ele numa espiritualidade do caminho.

Sai da tua terra, da tua família e da casa do teu pai,

e vai para a terra que eu te vou mostrar.

Imagine o coração de Abraão ao escutar este apelo do Senhor: deixar conquistas e sonhos, seguranças e raízes, para assim se lançar no desconhecido, no mistério. Em cada passo dado, um deserto de incertezas e uma tentação: “olhar atrás”. O caminho da fé se conquista na odisseia da adoração.

Assim, cada um de nós recebe nesta quaresma um apelo do Senhor, uma vocação: deixar tudo para segui-lo na liberdade. Caminhar rumo à Páscoa, sabendo que a Paixão é uma ponte necessária e pedagógica. Assim, encontramos a Transfiguração como um presente da Bondade, um acalento em meio a peregrinação, onde a glória da Ressurreição é contemplada na dinamicidade da história da Salvação. O Tabor alimenta as esperanças na marcha rumo à Jerusalém.

É isto que vivenciamos na liturgia de hoje. Oxalá se soubéssemos contemplar cada detalhe da beleza de um Deus que sustenta seu filhos na simplicidade da cotidianidade. Na simplicidade da vida encontramos a Transfiguração do Senhor, que deseja também “mudar nossas faces e nossos olhares” para que cada passo seja confirmado .

No Senhor nós esperamos confiantes,*

Neste caminho nem sempre encontramos “só flores”. Dores, angústias, crises, violências e nostalgias podem nos impedir de alcançar a meta. Mais uma vez, como Abraão, num ato de fé depositamos nossa esperança sobre o Senhor e Nele confiramos nossa vocação.

Sofre comigo pelo Evangelho,

fortificado pelo poder de Deus.

Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa,

não devido às nossas obras,

mas em virtude do seu desígnio e da sua graça,

que nos foi dada em Cristo Jesus

desde toda a eternidade.

Por pe. Éder Carvalho Assunção – Missionário da Prelazia de Lábrea no Corno da África [email protected]

Uma leitura orante

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